“Onde foi que eu errei?...”

“Onde foi que eu errei?...”

Antes de “atirar a primeira pedra”,

essa seria a pergunta a se fazer,

diante das ações terroristas que ora nos estarrecem a todos e todas.

Mas o Ocidente facilmente esquece seu secular imperialismo

 de cunho colonialista e capitalista...

São séculos de depredação, de opressão, de exclusão,

de toda sorte de violência,

que deixam para trás e pela frente legiões de famintos e de cadáveres.

E as Igrejas cristãs esquecem, igualmente,

suas Cruzadas e os genocídios todos por elas abençoados,

em nome da “evangelização”, com a cruz e a espada...

São séculos de preconceito, fundamentalismo e proselitismo

que deixam no seu rastro multidões de humilhados e dizimados.

Tudo isso, sedimentado no coração e no inconsciente coletivo de gerações e gerações,

só estava esperando alguma gota d’água para esborrar,

alguma mínima centelha para explodir.

É, com certeza, de se lamentar e repudiar toda essa violência terrorista, venha de onde vier, mas não se pode, sem mais, esquecer Nagasaki e Hiroshima, ou, mais recentemente, o Iraque e a Líbia.

Depois da bomba atômica, agora, é a “bomba M”,

(já vaticinada pelo profeta do 3º Mundo, Dom Helder Camara, de saudosa memória)

que explode em nosso colo ou em nossas mãos...

Mas o que acaba de acontecer na França e nos deixa o mundo aterrorizado

é o que acontece todos os dias em nossas metrópoles,

ilhas de progresso e conforto, cercadas de favelas por todos os lados.

 Quanta dor, quanta tristeza, mas, também, quanta hipocrisia!

Reginaldo Veloso

Presbítero das CEBs

Assistente do Movimento de Trabalhadores Cristãos – NE II

Assessor do Programa de Animação Cultural – PROAC

reginaldoveloso@uol.com.br