“Digo humildemente – começou – para mim, a mensagem mais forte do Senhor é a misericórdia. Acredito que às vezes, nós somos como aquele povo: por um lado, queremos ouvir Jesus, mas por outro, gostamos de criticar ou condenar os outros”.
O Papa disse que não é fácil entregar-se à misericórdia de Deus, porque é um abismo incompreensível; mas devemos fazê-lo! E garantiu que Jesus perdoa os pecados, tem a capacidade “de esquecer”, gosta se lhe contamos nossas coisas; beija, abraça e diz “Não te condeno; vai e não peque mais”.
“Este é o único conselho que dá. E mesmo se voltarmos depois de um mês e lhe contarmos novos pecados, o Senhor não se cansará de perdoar: jamais. Somos nós que nos cansamos de Lhe pedir perdão. Pedimos a graça de não nos cansarmos de pedir perdão” – encerrou.
Antes de terminar a missa, o Papa Francisco interrompeu por alguns momentos a celebração para homenagear um jovem missionário.
Foi ao microfone e disse que dentre os fiéis, alguns não eram membros da paróquia, mas que “hoje são como paroquianos”:
“Quero lhes apresentar um padre que trabalha com meninos de rua, com os abandonados. Fez muito por eles, como uma escola que restitui dignidade aos meninos e meninas da rua, que agora, amam Jesus. E pediu a Gonsalvo que fosse ao altar para cumprimentar todos. O padre trabalha no Uruguai, onde fundou a escola João Paulo II.
Ao encerrar a missa, o Papa saiu e apertou as mãos de todos, um por um, abraçando a falando com mais intimidade com alguns.
(CM) Radio Vaticano
"Jesus não despreza nem condena; só perdoa, sempre".
Cidade do Vaticano (RV) -17/03/2013 – Uma multidão de pessoas, mais de 150 mil, lotaram a Praça São Pedro e todas as ruas vizinhas, para assistir e rezar junto com o Papa a sua primeira oração do Angelus. Às 12h deste domingo (8h de Brasília), Francisco apareceu na janela de seu apartamento para rezar e abençoar os fiéis, turistas e romanos.
Desde as primeiras horas do dia, o movimento já era grande. Toda a área foi interditada ao tráfico e ao estacionamento. Francisco fez um discurso informal, falando de improviso e apenas em italiano.
Ele saudou com as mãos e um grande sorriso, recebendo em troca aplausos e muito entusiasmo. A popularidade de Francisco tem aumentado a cada dia desde que se tornou, quarta-feira passada, o primeiro Papa latino-americano da história. Chegou ao balcão com o seu modo simples, os braços ao longo do corpo e a mão direita ao alto, saudando o povo. “Bom dia!” – foram as suas primeiras palavras.
Lembrando o episódio da mulher adúltera que Jesus salva da condenação, Francisco ressaltou o valor e a importância da misericórdia e do perdão nos dias de hoje: “Deus jamais se cansa de nos perdoar. Nós é que nos cansamos de pedir perdão. Temos de aprender a ser misericordiosos com todos”, afirmou.
Antes disso, Francisco disse que estava contente de estar com os fiéis domingo, “dia do Senhor, dia de se cumprimentar, de se encontrar e conversar, como aqui, agora, nesta Praça, uma praça que graças à mídia, é o tamanho do mundo!”.
A propósito da leitura evangélica, Francisco encorajou os fiéis citou a atitude de Jesus, que não desprezou nem condenou a adúltera, mas disse apenas palavras de amor e misericórdia, que convidavam à conversão.
“Vocês já pensaram na paciência que Deus tem com cada um de nós? É a sua misericórdia: Ele nos compreende, ns recebe, noão se cansa de nos perdoar se soubermos voltar a Ele com o coração arrependido. É grande a misericórdia do Senhor!”.
Dando andamento ao discurso, o Papa citou um livro lido nestes dias sobre a misericórdia, de autoria do Cardeal Walter Kasper, “um ótimo teólogo”. “O livro faz entender que a palavra ‘misericórdia’ muda tudo; torna o mundo menos frio e mais justo” – disse, ressalvando que com isso “não quer fazer publicidade ao livro do cardeal”. Depois, completou lembrando o Profeta Isaias, que afirma que “ser nossos pecados forem vermelhos escarlate, o amor de Deus os tornará brancos como a neve”.
Sem ler um texto preparado, Francisco contou à multidão um fato de quando era bispo, em 1992, e uma senhora de mais de 80 anos, muito simples (uma ‘vovó’, ele disse, ndr) quis se confessar com ele. Diante de sua surpresa, a idosa lhe disse “Nós todos temos pecados! Se Deus não perdoasse tudo, o mundo não existiria...!”. De seu balcão, Francisco brincou com os fiéis arriscando que a senhora “havia estudado na Universidade Gregoriana de Roma”.
Telões foram montados em toda a área para transmitir as imagens do Papa, enquanto helicópteros sobrevoavam o centro de Roma, enquanto o Papa continuava seu discurso:
“É, o problema é que nós nos cansamos de pedir perdão a Deus. Invoquemos a intercessão de Nossa Senhora, que teve em seus braços a misericórdia de Deus em pessoa, no menino Jesus”.
O bispo de Roma, que é argentino, lembrou ainda que as origens da sua família são italianas, sublinhando, no entanto, que “nós fazemos parte de uma família maior, a família da Igreja, que caminha unida no Evangelho”.
Despedindo-se dos fiéis, Francisco disse palavras ainda mais simples: “Bom domingo e bom almoço!”.
Leia mais em: https://noticias.bol.uol.com.br/internacional/2013/03/17/em-missa-no-vaticano-papa-francisco-pede-para-nao-condenar-os-outros.jhtm
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